Por Patrícia Mattar Oliva
Sol, Lua, Mercúrio e Vênus em Sagitário; Marte em Virgo
trígono com Plutão em Capricórnio.
“depois, mas por que é que ensinaste a clareza da vista,
se não me podias ensinar a ter alma com que a ver clara?” – Álvaro de Campos.
Grande parte da vida humana é ocupada planejando o futuro.
Seja em instituições, na vida particular, na guerra ou no templo, ter visão é
valor bem cotado na nossa civilização. A escola dos filhos, a nutrição
saudável, o ritual em troca da vida eterna, todas as artes divinatórias,
programação de férias, vendas ou produção são exemplos dessa pesquisa de “o que
será amanhã?”.
Criam-se metas, métodos e medidores para aferir diferenças
entre a visão, o planejamento e o realizado. Em momentos de crise, a
manipulação desses medidores é tentação imensa, como se mudar os ponteiros do
relógio fosse alterar a passagem do tempo.
De tanto mirar o horizonte, despreza-se o que está sob o
nariz.
O desafio é unir o longe e o perto sem criar ansiedades. A
chave, saber que somos participantes ativos da Vida, e possuidores do melhor
instrumento já inventado: nossa própria percepção.
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