Lua Nova dia 02/02 às 23h32 em Sampa



Por Patrícia Mattar Oliva


Lua, Sol e Marte conjuntos em Aquário, onde também está Netuno. A postura individual segundo a necessidade coletiva. Por isso, um manifesto pessoal a respeito da recente discussão sobre Astronomia, Astrologia e mídia a serviço da desinformação.

Sobre Signos e Constelações.

Não li as matérias sobre o obsoletismo da Astrologia, mas li os comentários do Veríssimo e do Piza - sempre gosto, sou fã deles! Todas as reportagens começavam por: movimentos estelares mudam a posição dos signos - uma grande asneira se a gente conhece a definição de signo. É impossível mudar a posição dos signos, por mais que o eixo da terra enlouqueça. Eles são definidos pela posição relativa entre a terra e o sol.

É como falar que movimentos estelares mudam o Meridiano de Greenwich. Explico melhor: signo e constelação são conceitos diferentes!

Os signos são 12 divisões iguais, imaginárias, da eclípica do sol (movimento aparente do sol em torno da terra), com origem no equinócio de primavera do hemisfério norte - ponto onde essa ecliptica corta o plano definido pelo equador terrestre, no instante em que o sol passa do sul para o norte. Esse é o zero grau de Áries. A partir daí, seguindo a ecliptica, 30 graus para cada signo, naquela ordem que todos conhecemos. É uma divisão imaginária, um conceito estritamente ligado ao mundo sub-lunar, como dizem os antigos.

Constelações zodiacais são ajuntamentos de estrelas no fundo celeste do “caminho do sol” no céu – as constelações que somem atrás do sol no seu movimento aparente. Para além do sub lunar, logo se vê.

O mais interessante é observar que os mesmos que definiram os signos nominaram as constelações; estudaram os movimentos da terra, deram origem à nossa era espacial. Esses caras deram o mesmo nome para constelações zodiacais e signos, mas dividiram a faixa zodiacal em 13 constelações, a ecliptica em 12 signos e o tamanho das constelações é completamente variável enquanto o tamanho dos signos é igual.

O equinócio da primavera do hemisfério norte, o zero Áries, muda com relação às constelações da faixa zodiacal, o fundo celeste do “caminho do sol”, com período de rotação de aproximadamente 26 mil anos terrestres. Esse movimento se chama precessão dos equinócios e foi descoberto pelo grego Hiparco, no século II ac. Não sei por que esse barulho todo agora, com crédito para astrônomo e tal.

No simbolismo astrológico, os signos do zodíaco representam uma descrição humana de qualquer processo criativo, dentre tantas outras que existem. Estão ligados à mitologia greco-romana ou vice versa... vai saber; ligados ao psicologismo humano como qualquer teoria cosmogônica que se observe, por mais científica que seja a observação.

Na minha opinião, é mais interessante discutir a definição de signo como um modo do humano, do sublunar, entender o universo. E a questão que se coloca é: já tendo visitado o lado oculto da lua, com os novos olhos que temos, a nova consciência, toda a ciência e tecnologia, ainda cabemos nessa descrição do psicologismo humano? Se sim, se não, o que isso quer dizer? Mas não é o que estamos vendo. Infelizmente.


Patrícia Mattar Oliva, engenheira astrófila.

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