O Oitavo Trabalho: As Éguas Antropófagas de Diomedes.



Diomedes é filho de Ares (Marte), rei dos bístones, povo não grego que vive na Trácia. Muito malvado, possui quatro éguas antropófagas, que são alimentadas com os náufragos estrangeiros que vêm parar nas praias da região. Héracles deve trazer os animais vivos a Micenas.

A caminho da Trácia, o herói resolve visitar Admeto, rei da Tessália, companheiro de aventura na época dos argonautas e que há pouco tempo teve o privilégio de dar ordens a um deus. Vou contar a estória.

Esculápio, filho de Hélio (Apolo), andava a ressuscitar mortos. Hades (Plutão), senhor do reino das sombras, foi queixar-se com Zeus, que matou o médico com um de seus raios. Hélio, querendo vingar o filho, matou os Ciclopes, gigantes de um só olho, que auxiliavam Hefestos (Vulcano) a forjar os raios de Zeus.

Muito bravo, Zeus condena Hélio a servir um mortal por sete anos. E assim foi. O deus tornou-se pastor de Admeto, o hospitaleiro rei da Tessália, muito querido por seu povo. Hélio torna-se seu amigo íntimo.

Alcestes, uma linda princesa, filha de Pélias, era prometida pelo pai àquele que a fosse procurar num carro puxado por leões e javalis.

Admeto, ajudado por Hélio, realiza a tarefa e a recebe como esposa. Acontece que o noivo se esquece de fazer um sacrifício a Ártemis (Diana), deusa da natureza selvagem, para agradecer o casamento. Essa, muito brava, deixa o quarto de núpcias infestado de víboras. Hélio percebe o perigo e transforma o casal em serpentes também para que a noite aconteça sem nenhum perigo.

Algum tempo mais tarde Admeto adoece, fica às portas da morte. Mais uma vez Hélio interfere a seu favor e convence as Parcas a poupar o amigo contanto que alguém se oferecesse para morrer em seu lugar.

Nem servos, nem soldados, nem os próprios pais de Admeto aceitam fazer a troca. Alcestes, então, se oferece para substituir o esposo em seu leito de morte. Admeto recupera a saúde enquanto a rainha adoece rapidamente.

É nesse momento que Héracles chega ao palácio do amigo e encontra todos em profunda tristeza. O herói fica de guarda na porta do quarto da rainha e, quando a Morte chega à procura da presa, agarra-a, dá-lhe uma surra e a obriga a desistir da vítima. Até Hades acha graça da atitude do sobrinho e a rainha recupera a saúde.

Depois dessa grande façanha, Héracles vai ao encontro das éguas antropófagas. Chega ao palácio de Diomedes e sem maiores problemas domina os serviçais, rende a guarda real, alimenta as éguas com o próprio rei, amordaça os animais e volta a Micenas.

Euristeu fica muito contrariado com o sucesso do desafeto. Manda soltar as éguas que acabam devoradas por  um bando de lobos enviados por Zeus.

Depois de confabular com Eumolpo, Euristeu encomenda a Héracles o próximo trabalho: trazer o cinto de Hipólita, um presente de Ares à rainha das Amazonas.

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